quarta-feira, 28 de julho de 2010

OPERÁRIOS no pátio interno do CLAV

O professor Pacelli Barroso vem realizando com seus alunos, a cada semestre, uma pintura mural inspirada em obras de autores consagrados. Ao invés de meramente tentar reproduzir a obra em seu aspecto original, os alunos são incentivados a interpretarem de um modo pessoal a parte que lhes é confiada, embora seja um trabalho coletivo.
Essa prática é uma oportunidade, não apenas de aprimoramento pictórico, mas um modo de exercitar a tolerância com as diferenças de estilos praticados por cada um.
A inevitável proximidade dos diferentes estilos, na parede pintada, proporciona um estreito contato, não só com as diferenças superficiais da forma, mas põe em confronto as diferenças das personalidades individuais, pois é o estilo que mais profundamente caracteriza as diferenças artísticas e, consequentemente, as diferenças entre os próprios seres. Segundo Luigi Pareyson, em seu livro Problemas da estética "o valor artístico reside não na representação ou na expressão em si mesmas, mas no estilo, que engloba em si as razões, os princípios e os conteúdos da representação e da expressão." (1997, p.74) Assim, nossa pintura mural, tornou-se uma provocação aos limites de tolerância de cada um. Inclusive, é claro, do próprio professor.
É importante ressaltar que, embora a Arte Moderna tenha conquistado importantes espaços que contribuiram para ampliar os horizontes da arte, ela carregou em seu bojo, durante um certo período, a marca da intolerância com a qual tratava os estilos que, para os críticos da época, fossem considerados ultrapassados. Durante o período de supremacia da Arte Abstrata (1940/60), até De Kooning (1904-1997) era visto com reservas porque havia figuras em suas pinturas, embora fossem extremamente simplificadas.

OPERÁRIOS - 2010.1
Na exuberância natural do pátio interno do Curso de Licenciatura em Artes Visuais do IFCE, os alunos iniciaram mais uma pintura mural. Dessa vez ao lado da praça vermelha -vermelha não de totalitarismo político, mas de totalidade existencial.

A pintura é uma releitura do quadro de Tarsila do Amaral intitulado OPERÁRIOS. Foi mantida toda a estrutura do quadro original, isto é, sua composição, mas os rostos dos operários foram todos substituídos por personagens ao gosto dos próprios alunos.

 Abaixo a pintura em seus estágios iniciais assistida pelas pedras do pátio.

Mais uma vez o pátio observado de um ângulo exuberante.

Procurou-se não impor nenhuma censura quanto à escolha dos personagens retratados. Desde a pintura da própria face até as imagens de seus professores, de personagens históricos, artistas que estão na mídia,

personagens de quadrinhos, anime e até do gato mascote que surgiu por lá misteriosamente, talvez trazido por uma fadinha que por ali voava e que, pousada sobre uma pedra do pátio, a pintura observava.


Abaixo a pintura concluída e alguns detalhes ampliados:







Alunos que realizaram a pintura:
  • Antônio Vieira da Silva Filho
  • Charles Vasconcelos Vale
  • Clark Ribeiro e Silva Junior
  • Dharilia Sales Rodrigues
  • Francisca Sarah Martins Nicodemos
  • Geisa Gomes Marques
  • Gelirtom Almeida Siqueira
  • Gustavo Henrique da Silva Pereira
  • Juan de Sá Roriz Caminha
  • Luana Mara Bernardo Matos
  • Lucidia Helena Matos Fontenele
  • Ludmilla Karine Dantas Carvalho
  • Mariana Pires de Souza
  • Paulo Cesar da Silva Carlos
  • Sidney Ximenes Araujo
  • Wandson de Oliveira Rocha
  • Yuka Araujo de Lima